quarta-feira, 7 de abril de 2010

O sal dos olhos


Andei passeando no teu sorriso
E me esqueci de voltar,
Perdi o rumo da estrada
Por me guiar nesse olhar.
Quem sabe um dia eu veja
O que o olhar não entende,
E descubra do meu jeito
Porque teu riso me prende.

Meu olhos, claras vertentes
Das coisas que a alma reflete,
Basta um silêncio de noites
Que a saudade se repete,
E faz brotar lentamente
Tristezas que a gente tem,
Mesmo guardadas por dentro,
Se mostram quando convém.

Às vezes, o sal dos olhos
(Se a saudade não é pouca),
Nos mostra um gosto amargo,
Salgando o doce da boca.
Às vezes, o sal dos olhos
É uma lágrima sentida
Que nos desce pela face
Por uma fresta de vida.

Não sei porque esse jeito,
Essa lágrima no rosto,
Se, por um sorriso apenas,
A boca adoça seu gosto,
E tudo muda a seu tempo,
Desfaz-se o que era triste,
Silêncio, depois palavras
E uma alegria que insiste.

Mesmo sem saber os rumos
Que os olhos hão de me dar,
Quero teu riso de perto
Pra aprender a voltar,
E depois saber da vida,
Porque os meus olhos têm
Essa lágrima sentida
Pela saudade de alguém!

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